sábado, 28 de junho de 2014

Resenha de Livro: O Morro dos Ventos Uivantes!


Oi, pessoal! 
Hoje resolvi fazer a resenha de um livro clássico que terminei de ler essa ano: "O Morro dos Ventos Uivantes", da Emily Brontë.
Sobre a escritora, algumas informações legais, até pra compreender melhor o contexto da história: ela era britânica, viveu entre 1818 e 1848, escrevia sob um pseudônimo masculino (Ellis Bell), tinha duas irmãs que também eram escritoras, era super tímida e morreu de tuberculose (como todo mundo da época).
O livro "O Morro dos Ventos Uivantes" foi publicado em 1847 (bem velho, portanto). A história se passa em Yorkshire, na Inglaterra, um lugar aparentemente muito frio. A narrativa fica por conta do Sr. Lockwood, que loca uma propriedade de Heathcliff. Parte da história ele fala o que ouviu da governanta da casa, a Ellen Dean, e o final da história ele presenciou. 
O livro é bem denso, os personagens são altamente complexos, e eu confesso que quase não consegui passar do começo, deixei o livro de lado por um bom tempo. O começo é bem pesado, com uma série de palavras complicadas, do tipo ler com o dicionário ao lado. Mas depois que passa das primeiras 30 páginas, mais ou menos, a leitura vai se tornando mais simples, mais envolvente, você vai se familiarizando com os personagens. 
Mas vamos à história, né... A trama central começa quando o Sr. Earnshaw (patriarca da família) viaja e traz pra casa um órfão chamado Heathcliff. Earnshaw já tinha um filho (Hinley) e uma filha (Catherine). O filho de Earnshaw fica com um ciúme mortal de Heathcliff, pois o pai demonstra bastante afeto pelo órfão, assim como a irmã.
Heathcliff e Catherine são duas pestes, vivem juntos, brincando pelos campos da propriedade, fugindo das pregações do reverendo que ajuda na educação dos dois e criam uma relação bem íntima, que migra da amizade para um desejo romântico conforme os dois crescem.
Só que Heathcliff tem um complexo de inferioridade imenso e, sabendo bem disso, Hinley não perde uma oportunidade de alfinetar o coitado, especialmente quando Earnshaw morre e Hinley se torna o senhor da terra.
Hinley é um rabugento, bem invejoso e chato, mas quando casa ele fica melhorzinho. Só que a mulher dele acaba morrendo (se não me engano ao dar à luz ao filho deles), o que aumenta exponencialmente a rabugice do Hinley e as provocações ao Heathcliff, que cada vez vai ficando mais amargurado e se isolando. 
Nesse meio tempo, pra piorar, a Catherine, que virou uma tremenda de uma guria mimada depois da morte dos pais, conhece os vizinhos loiros e ricos, que têm mais ou menos a mesma idade que ela, Isabella e Edgar Linton. Tudo isso causa mais raiva no Heathcliff, que é super inseguro.

Aqui, estou avisando, começam alguns spoilers.

Depois de uma situação (que não vou contar, porque é muito spoiler), Heathcliff some da casa e fica um bom tempo sem dar notícias (tipo, falo de anos sem aparecer). 
Catherine, apenas de saber que ama mesmo Heathcliff, casa com Edgar, porque acha ele menos bruto, selvagem. Edgar adora Catherine com toda a força que tem, faz todas as vontades dela, que passa a viver como uma princesa. 
Só que Heathcliff volta, podre de rico, mais instruído, culto e fino. Catherine retoma a amizade com ele, com uma certa suspeita e ciúme de Edgar. 
Aí que a coisa fica muito interessante, porque, ao mesmo tempo que Heathcliff é a criança insegura que quer conquistar e ficar com seu amor, Catherine, ele também quer se vingar de todo mundo que o esnobava, o que inclui, de certa forma, Catherine.
Resumindo um pouco a história, Heathcliff casa com Isabella, se torna dono da propriedade de Hinley, de quem faz a vida um inferno. Heathcliff trata o filho de Hinley, Hareton, como foi tratado na infância, tornando o menino bruto e sem educação.
Catherine e Edgar acabam tendo uma filha chamada Cathy e (pare de ler aqui se você não quer saber mais sobre a trama do livro, porque estamos chegando do meio para o final) e Catherine, que estava fraca (e meio doida até) a tempos, em função das coisas que Heathcliff fazia, morre logo em seguida.

Sério, não continue se não quiser saber mais sobre o fim da história!!!!! Juro que aviso quando for seguro ler adiante!


Isabella foge de Heathcliff e também tem um filho dele, chamado Linton. Anos depois, Isabella morre e Heathcliff pega o filho, por quem não tem afeto nenhum. O menino é doentinho, mimado, um chato manipulador, que morre de medo do pai e cansa de andar dois metros.
Edgar acaba morrendo também, sempre apaixonado por Catherine, e Heathcliff dá um jeito de casar Cathy com Linton, que também morre. Cathy fica sem bens e sujeita ao Heathcliff, que ficou imensamente mais amargurado após a morte do seu grande amor, Catherine. E vou parar de contar a história por aqui, porque contar o final também não dá, né?

Pode continuar lendo que o spoiler acabou!


O que eu achei do livro? Achei ótimo, dignamente um clássico mesmo. Cada personagem cabe bem em uma super análise psicológica. Existem até estudos que aplicam as teorias de Freud ao livro. Eu achei mesmo incrível como cada personagem vai mudando conforme o tempo passa e diante das situações que enfrenta na história. A narrativa é bem detalhada, o que permite entender essas facetas psicológicas. É uma história complexa e dramática. Eu tenho a impressão que em 1800 e alguma coisa as pessoas encaravam as coisas como tudo ou nada demais. O livro reforça essa ideia que eu tenho.
Resumindo: vale a pena ler!
Eu sei que existem filmes, séries sobre o livro. Mas todo mundo que conheço que viu o filme achou uma droga. Como não vi, nem vou indicar :)

E aí? Curtiram??

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